Estava numa certa manhã de abril em uma Igreja calvinista e ouvi um tanto surpreso seus músicos e cantores executarem uma releitura (com letra adaptada) de um conhecido refrão, o último movimento da 9ª Sinfonia de Beethoven, "Ode à Alegria"... o grande problema é que esta obra, (especialmente esta passagem) não foi originariamente concebida como um louvor exclusivamente dedicado ao único e verdadeiro Deus, o nosso Deus Cristão, mas à uma suposta alegria filha de Elísio, o paraíso segundo a Mitologia Grega. Segue a versão original em alemão e a respectiva tradução para português deste mesmo refrão a título de informação, a quem possa interessar:
Tochter aus Elysium
Wir betreten feuertrunken
Himmlische, dein Heiligtum!
Deine Zauber binden wieder
Was die Mode streng geteilt
Alle Menschen werden Brüder
Wo dein sanfter Flügel weilt"
Filha do Elísio
Entramos, ébrios de fogo Celestial,
Teus feitiços voltam a unir novamente
Todos os homens se tornam irmãos
Que Deus tenha misericórdia!
Houvesse mesmo necessidade de se recorrer aos clássicos, fosse então, por exemplo, a alegria de "Jesus, Alegria dos homens" Bach (na verdade composta por Johann Schop ainda que conhecida por BWV 147) , outro grande compositor também alemão, que aliás dizem, tinha o piedoso costume de assinar suas obras com "Soli Deo Gloria". Seria louvor mais Cristão e mais Reformado. Mas o ideal é não tentar sofisticar demasiadamente aquilo que no original sempre foi simples como um sermão no topo de um monte dedicado aos bem aventurados humildes, mansos e pobres de espírito.
Soli Deo Gloria
Nenhum comentário:
Postar um comentário